Papo de Coaching

O dia em que Gil Vicente foi demitido

06 ago 2015
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– Rangel, fui demitido! Fizeram um corte gigante na empresa e eu fui junto. Estou perdido.
– Uau! Sua vaca caiu do precipício, então. E você nem precisou jogá-la!
– Como é que é? Do que você está falando, Rangel?
– Estou falando de uma parábola chinesa que serve muito para o que você está vivendo. Diz o seguinte:
Um camponês muito pobre estava passando dificuldades para sustentar a família. Desesperado, ele foi buscar aconselhamento com um homem sábio. Ao chegar lá, relatou ao mestre sobre a miséria e o drama que ele, a mulher e os três filhos viviam. Disse que o sustento deles dependia de uma vaca, que mantinham no quintal. Todos os dias, bebiam o leite dela e comiam os queijos que faziam e o pouco que conseguiam comprar extra vinha também dos laticínios que vendiam. O sábio escutou atento e respondeu:
– Jogue a vaca do precipício.
– Como assim? Sem a vaca vamos morrer de fome!
– Faça o que eu digo. Leve sua vaca ao precipício mais alto deste vilarejo e a empurre de lá, para que ela morra.
O camponês ficou perplexo com a orientação do homem, mas, ainda assim, resolveu segui-la. Afinal, tratava-se de um sábio…
Anos depois, o sábio voltou ao vilarejo e fez questão de visitar o camponês. Chegando lá, encontrou uma casa ainda modesta, mas conservada. As crianças estavam sadias e bem vestidas e a cozinha, repleta de alimentos e o casal trabalhava contente. Então ele perguntou:
– Lembro que, há algum tempo, o senhor me procurou pois estava desesperado com a miséria em que sua família vivia. Agora, vejo que estão bem. Têm roupas, alimento e trabalho. O que aconteceu?
– Foi a vaca. Depois que a empurrei do precipício, como o senhor disse para eu fazer, meu desespero só aumentou. Minha saída foi buscar alternativas para sustentar minha mulher e meus filhos. Aí descobri que o campo atrás da minha casa era excelente para plantar soja. Descobri também que a árvore do pátio da frente dá limões muito saborosos e suculentos – fazem muito sucesso na vila. Como não tinha mais queijos e coalhadas para produzir, minha mulher começou a lavar e passar roupa para a vizinhança e, nas horas vagas, borda peças tão lindas que tem recebido encomendas. Desde então, nossa vida mudou. E estamos muito felizes.
– Que história incrível, Rangel! E que bom ouvir isso em um momento desses. Acho que estou pronto para começar a plantar soja.
– Eu tenho certeza disso.

Papo de Coaching é uma seção fixa onde discuto assuntos sobre os quais trato dentro do meu escritório. Às quintas-feiras, conto a vocês as histórias de uma pessoa especial, o Gil Vicente. Ele é um personagem fictício, mas suas dúvidas e angústias são muito reais. A voz de GV é a voz de outros clientes que, todos os dias, colocam em dúvida o que estão fazendo para viver, enfrentam desafios para se relacionar melhor no ambiente corporativo, para disputar uma promoção, para dar conta de muitas tarefas em um só dia. É disso que falaremos nesta coluna.  

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Papo de Coaching

O dia em que Gil Vicente reconheceu que tem medo de empreender

30 jul 2015
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– Gil, hoje nossa conversa será bem objetiva. Vamos discutir até que ponto essas carreiras que você listou na semana passada atendem suas necessidades e aproveitam seus talentos, seus potenciais.
– Ótimo. Vamos lá.
– Você chegou aqui se queixando de excesso de trabalho, falta de liberdade com relação à sua agenda e necessidade de se dedicar mais à família, à vida pessoal, de cuidar da sua saúde. O que você sabe sobre empresas como Google e Facebook?
– Olha, Rangel, sei pouco. Mas conheço algumas pessoas que saíram da agência de publicidade onde eu trabalho hoje e foram para esses lugares. Estão felizes.
– Sim, mas o que eles contam a você sobre o ambiente de trabalho, a rotina…?
– Bom, sei que essas empresas são muito abertas a novas ideias. Estimulam seus funcionários a isso e os recompensam financeiramente quando o projeto dá certo.
– Ótimo. Isso tem tudo a ver com o que você quer. Mas e com relação à dedicação, tempo gasto, localização, hierarquia…
– É, nesses quesitos, acho que é tudo muito semelhante a qualquer lugar. Essas pessoas que eu conheço trabalham muitas horas e, sim, têm metas a bater, chefes a quem se reportar, tudo isso.
– Não são muito donas do próprio nariz, portanto.
– É… não são, não.
– Ok. E sobre o ambiente acadêmico, que ideia você faz?
– Nossa, Rangel, já desisti disso. Gosto muito de estudar. Gosto mesmo. Mas fiquei pensando e acho que seria um tédio viver em biblioteca novamente, falar naquele linguajar acadêmico, escrever textos acadêmicos, ai… Não quero saber disso. Nem disso, nem do teatro. Essas coisas podem ser meus hobbies, não?
– Perfeitamente. Era aí que eu esperava que você chegasse. E essa história de agência digital…
– Olha, isso tem me empolgado muito. Fico tendo ideias de produtos, penso em perfis nas redes sociais para eventuais clientes…. Mas, Rangel, tenho medo de empreender.
– Ótimo. Medo é um excelente sentimento para autopreservação. Faz com que você não se jogue no escuro, analise melhor as condições e se prepare para dar um próximo passo. Você está no caminho certo.
– Estou?
– Sim. Pense melhor no que conversamos hoje e, na próxima semana, acho que avançaremos bastante.

Papo de Coaching é uma seção fixa onde discuto assuntos sobre os quais trato dentro do meu escritório. Às quintas-feiras, conto a vocês as histórias de uma pessoa especial, o Gil Vicente. Ele é um personagem fictício, mas suas dúvidas e angústias são muito reais. A voz de GV é a voz de outros clientes que, todos os dias, colocam em dúvida o que estão fazendo para viver, enfrentam desafios para se relacionar melhor no ambiente corporativo, para disputar uma promoção, para dar conta de muitas tarefas em um só dia. É disso que falaremos nesta coluna.  

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