Papo de Coaching

O dia em que Gil Vicente reconheceu que tem medo de empreender

30 jul 2015
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Imagem de iosphere no FreeDigitalPhotos.net

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– Gil, hoje nossa conversa será bem objetiva. Vamos discutir até que ponto essas carreiras que você listou na semana passada atendem suas necessidades e aproveitam seus talentos, seus potenciais.
– Ótimo. Vamos lá.
– Você chegou aqui se queixando de excesso de trabalho, falta de liberdade com relação à sua agenda e necessidade de se dedicar mais à família, à vida pessoal, de cuidar da sua saúde. O que você sabe sobre empresas como Google e Facebook?
– Olha, Rangel, sei pouco. Mas conheço algumas pessoas que saíram da agência de publicidade onde eu trabalho hoje e foram para esses lugares. Estão felizes.
– Sim, mas o que eles contam a você sobre o ambiente de trabalho, a rotina…?
– Bom, sei que essas empresas são muito abertas a novas ideias. Estimulam seus funcionários a isso e os recompensam financeiramente quando o projeto dá certo.
– Ótimo. Isso tem tudo a ver com o que você quer. Mas e com relação à dedicação, tempo gasto, localização, hierarquia…
– É, nesses quesitos, acho que é tudo muito semelhante a qualquer lugar. Essas pessoas que eu conheço trabalham muitas horas e, sim, têm metas a bater, chefes a quem se reportar, tudo isso.
– Não são muito donas do próprio nariz, portanto.
– É… não são, não.
– Ok. E sobre o ambiente acadêmico, que ideia você faz?
– Nossa, Rangel, já desisti disso. Gosto muito de estudar. Gosto mesmo. Mas fiquei pensando e acho que seria um tédio viver em biblioteca novamente, falar naquele linguajar acadêmico, escrever textos acadêmicos, ai… Não quero saber disso. Nem disso, nem do teatro. Essas coisas podem ser meus hobbies, não?
– Perfeitamente. Era aí que eu esperava que você chegasse. E essa história de agência digital…
– Olha, isso tem me empolgado muito. Fico tendo ideias de produtos, penso em perfis nas redes sociais para eventuais clientes…. Mas, Rangel, tenho medo de empreender.
– Ótimo. Medo é um excelente sentimento para autopreservação. Faz com que você não se jogue no escuro, analise melhor as condições e se prepare para dar um próximo passo. Você está no caminho certo.
– Estou?
– Sim. Pense melhor no que conversamos hoje e, na próxima semana, acho que avançaremos bastante.

Papo de Coaching é uma seção fixa onde discuto assuntos sobre os quais trato dentro do meu escritório. Às quintas-feiras, conto a vocês as histórias de uma pessoa especial, o Gil Vicente. Ele é um personagem fictício, mas suas dúvidas e angústias são muito reais. A voz de GV é a voz de outros clientes que, todos os dias, colocam em dúvida o que estão fazendo para viver, enfrentam desafios para se relacionar melhor no ambiente corporativo, para disputar uma promoção, para dar conta de muitas tarefas em um só dia. É disso que falaremos nesta coluna.  

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