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Na seção de hoje, converso com meu coachee especial, Gil Vicente, sobre os valores que são importantes para a vida dele.
– Rangel, pensei muito na última semana para conseguir eleger quais são os valores importantes para a minha vida.
– Que bom. E pensou no quê?
– Puxa, resgatei imagens do meu passado, da minha infância.
– Nossa, que profundo. Como foi isso?
– Não consigo pensar em valores sem pensar em família. Tenho a sensação de que os valores que eu prezo foram todos passados para mim pela minha família.
– Que interessante isso, Gil.
– Pois é. Por exemplo, pensei muito no meu avô paterno, que era um sujeito muito justo. Pai de dez filhos, que lhe deram doze netos, ele tinha sempre que praticar a justiça. Lembro de vê-lo discorrer sobre o que era ou não justo quando nos pegava brigando, por exemplo. Ele assumia o papel de juiz mesmo. E isso ficou arraigado em mim. Não consigo me perdoar se percebo ter sido injusto com alguém. E sempre faço um esforço enorme para que isso não ocorra.
– Bom, suponho que justiça seja um dos seus valores, então.
– Sim, sem dúvida. E honestidade também. Esse meu avô, o Vô João, também era muito honesto e fazia questão de frisar a importância da honestidade no caráter de uma pessoa.
– Certo. Então já temos dois valores: justiça e honestidade. Qual seria o terceiro, para fecharmos essa questão?
– Otimismo, Rangel. Acredito que é necessário ser otimista para ter sucesso na vida. O contrário, o pessimismo, só atravanca as coisas. E isso foi algo que aprendi com minha mãe. É claro que as vezes ela fica um tanto chateada e cabisbaixa, mas, no geral, seja qual for o problema, minha mãe sempre acredita que haverá uma solução. Ela é muito otimista e isso contagia a gente.
– Que coisa boa ter uma mãe assim!
– É mesmo muito bom.
– Então podemos assumir que os seus três valores são justiça, honestidade e otimismo. É isso?
– Exatamente. Mas eu fiquei com dúvida sobre a utilidade disso para o coaching.
– Saber quais são seus valores prioritários vai nos ajudar a nortear qual a carreira ideal para você. Já sabemos, por exemplo, que atividades que coloquem em xeque sua capacidade de ser justo ou honesto, por exemplo, estão fora de questão. Você não poderia ser político no Brasil…
– De jeito nenhum!
– Pois então. Mas isso é apenas parte do todo. Vou pedir para você que preencha esse outro instrumento de coaching, chamado Roda da Vida. Aqui, você deve atribuir notas de zero a dez, sendo que zero seria completamente insatisfeito e dez, completamente satisfeito, a diversas áreas da sua vida: relacionamento social; relacionamento familiar; lazer; finanças; carreira… Com base nisso, saberemos também onde estão os pontos problemáticos e de que forma um reajuste na sua carreira pode ajudar a reparar outras arestas.
– Opa! Acho que vai ser muito interessante esse exercício.
– Tenho certeza.
Papo de Coaching é uma seção fixa onde discuto assuntos sobre os quais trato dentro do meu escritório. Às quintas-feiras, conto a vocês as histórias de uma pessoa especial, o Gil Vicente. Ele é um personagem fictício, mas suas dúvidas e angústias são muito reais. A voz de GV é a voz de outros clientes que, todos os dias, colocam em dúvida o que estão fazendo para viver, enfrentam desafios para se relacionar melhor no ambiente corporativo, para disputar uma promoção, para dar conta de muitas tarefas em um só dia. É disso que falaremos nesta coluna.
