– Consegui, Rangel! Consegui!
– Fechou a proposta?
– Fechei. E já comecei a trabalhar. E já estou perdido.
– Como assim?
– Ah… eu sempre fui mais ou menos organizado com o tempo. Mas, não sei, quando eu estava empregado era tudo diferente.
– Diferente por quê?
– Eu tinha uma rotina já bem calculada, sabia exatamente como funcionavam as coisas e, mais do que isso: tinha um lugar para trabalhar. Agora, como estou trabalhando em home office e tudo é muito novo, sinto que meu tempo vai embora e eu não consigo dar conta de tudo o que preciso fazer no dia.
– Calma, Gil. Isso que você está vivendo é muito comum. Atendo executivos em cargos altíssimos que não conseguem organizar o próprio tempo. Esse tema é um problemão, mas a solução é simples. Acredite.
– Sério?
– Seríssimo.
– E como eu faço?
– Bom, primeiro de tudo: você tem hora para começar a trabalhar?
– É… mais ou menos.
– Então precisa ter: 9 horas é um bom começo para você?
– É.
– Ok. Então você vai precisar tirar, diariamente, uns dez minutos do dia para programar sua lista de tarefas. Pode ser no fim do expediente e, nesse caso, você vai programar o dia seguinte, ou no início, para pensar no dia corrente.
– Ok.
– Bom, neste momento, você vai listar tudo o que precisará fazer naquele dia. Desde suas tarefas pessoais até as de trabalho. Feito isso, separe tudo em três grupos diferentes: imprescindíveis ou urgentes; importantes; e não muito importantes ou postergáveis.
– Certo.
– Verifique se, alguns dos compromissos têm horários fixos. Por exemplo, uma consulta médica. Então calcule quanto tempo você vai levar para realizar cada tarefa e leve em consideração tempos de deslocamento, paradas para ir ao banheiro, tomar um café ou almoçar.
– Ok.
– Pronto, agora organize isso dentro da agenda de um dia e pronto. Você verá que algumas das tarefas ficarão para outro dia. Melhor que sejam as “postergáveis”. Se você adotar isso como hábito, verá como sua vida vai ficar mais fácil.
– Está certo. Vamos lá.
Papo de Coaching é uma seção fixa onde discuto assuntos sobre os quais trato dentro do meu escritório. Às quintas-feiras, conto a vocês as histórias de uma pessoa especial, o Gil Vicente. Ele é um personagem fictício, mas suas dúvidas e angústias são muito reais. A voz de GV é a voz de outros clientes que, todos os dias, colocam em dúvida o que estão fazendo para viver, enfrentam desafios para se relacionar melhor no ambiente corporativo, para disputar uma promoção, para dar conta de muitas tarefas em um só dia. É disso que falaremos nesta coluna.